Muitos empreendedores não quebram por falta de dinheiro, mas pelo cansaço. Entenda como paixão sem limites vira prisão.
O mito do “quebrou no fluxo de caixa”
Muita gente acredita que empresas só quebram porque o dinheiro acabou.
Mentira.
Tem empreendedor que não quebrou no caixa — quebrou por cansaço.
Começou com aquela energia de início de namoro: brilho no olho, vontade de mudar o mundo, criatividade pulsando.
Mas o negócio cresceu… e a paixão encolheu.
Quando o sonho vira prisão
De repente, o criador some e nasce o bombeiro da própria empresa.
O cara que passa o dia inteiro apagando incêndio de cliente, funcionário, fornecedor e contador.
A empresa tem corpo, tem vida própria, e você não consegue mais sair.
O sonho que era liberdade vira prisão em tempo integral:
sem pausa, sem feriado, sem ânimo.
E o pior: você começa a se comportar como funcionário de um negócio em que já não acredita mais.
Minha história com a Nomadz
Eu vivi isso na pele.
A Nomadz era meu orgulho. Quem me conhece sabe o quanto me dediquei para fazer esse negócio acontecer. O engajamento era tão forte que até tatuei na pele.
Mas aquele amor virou exaustão.
Demorou para eu entender que já não era sobre propósito. Era só sobrevivência.
O erro invisível: paixão sem limites
No fundo, a falha foi simples (e brutal):
- Faltou colocar limite.
- Faltou dizer não.
- Faltou estrutura para sustentar a paixão.
E paixão sem estrutura… morre.
Quando morre, não adianta romantizar.
É só vazio, cansaço e ressentimento.
O que fica de lição
Todo empreendedor precisa entender cedo: propósito não se mantém só na base da paixão.
É preciso criar limites, sistemas, pausas e uma estrutura que segure o negócio — para que ele não sugue a vida de quem o criou.
Porque no fim, o maior risco não é quebrar no fluxo de caixa.
É quebrar por dentro.


